Com muito samba no pé, eles desfilam representando a escola Lavapés, em São Paulo
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Quatro dias antes do Carnaval, Sarah Rodrigues Virtuoso, de 13 anos, chegou à Rua Junqueira Freire, no bairro do Cambuci, em São Paulo. Ali aconteceria o último ensaio da escola Lavapés, antes do desfile na avenida. Sarah seria uma das porta-bandeiras mirins.
A noite estava chuvosa, mas isso não desanimou ninguém. A única preocupação de Sarah é que a chuva pode trazer o vento e fazer com que a bandeira, carregada por ela, enrole.
“A escola perde pontos de isso acontecer!”
Fantasiada de Mulher-Maravilha, ela estava acompanhada pelos gêmeos Maria Helena e José Vitor, de 8 anos. Era a primeira vez que eles desfilavam como o casal de mestre-sala e porta-bandeira da Lavapés. “Dá muito frio na barriga”, afirma José Vitor.
Eles já são experientes quando o assunto é desfilar. Passaram por outras escolas, como a Prova de Fogo e a Vai Vai. Desfilaram em cima dos carros alegóricos e não precisaram comparecer aos ensaios destas escolas. Mas para desfilar como mestre-sala e porta-bandeira, a situação é diferente. Maria Helena conta que andar por toda a avenida sambando vai cansá-los. Apesar disso, não esconde o quanto gosta de fazer isso.
A mãe dos gêmeos, Liciane Linhares, disse que foram os filhos que pediram para desfilar. Ela sempre gostou do Carnaval e deu todo o apoio para Maria Helena e José Victor.
“É uma referência de cultura negra para eles. Muito importante para a construção da identidade e aceitação de quem eles são”
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