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Naquele dia, Beatriz tinha superpoderes. Usava o codinome de Bibi e era uma super-heroína. A missão da vez era vencer a luta contra a vilã invisível que perturbava todos no parque aquático. Missão dada, missão cumprida para a heroína Bibi. Até que, de repente, Beatriz de Queiroga Fonseca, de 9 anos e estudante do 5º ano do Ensino Fundamental, acordou de seu sonho.
Se existe um assunto que desperta a curiosidade das pessoas há muito tempo é o sonho. Afinal, sonhamos todas as noites, de quatro a cinco vezes. Nem sempre nos lembramos, mas quando isso acontece, parece uma mistura de realidade com fantasia que dificilmente aconteceria se estivéssemos acordados.
Beatriz tem uma teoria sobre os sonhos: “Eu acho que eles vêm de um mundo mágico na sua cabeça. Também podem vir dos nossos pensamentos”. Ela explica melhor: “se a gente pensar em unicórnios durante o dia, podemos sonhar com eles à noite”.
Até aí, já temos algumas pistas do que o sonho é feito: ele é marcado por momentos que vivemos ou estamos vivendo, por muita imaginação e também algumas emoções. O neurologista Leandro Teles, que trabalha em hospitais na cidade de São Paulo e é consultor em programas de rádio e de TV, explica que, à noite, o nosso cérebro descansa, ou seja, não está funcionando ativamente como se estivéssemos acordados.
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A área do cérebro responsável pela imaginação e criatividade está ligada, assim como a nossas memórias antigas. Já a parte que controla o raciocínio está mais desligada. Isso faz com que, no sonho, seja possível voar, sentir-se mais corajoso ou pilotar um foguete espacial. Até lugares muito distantes um do outro parecem estar a um passo de distância, ou então, pessoas que não se conhecem aparecem como amigas.
Outra área que não fica ativa quando estamos dormindo é aquela que nos ajuda a lembrar de tudo o que aconteceu e que nos ajuda a fixar as nossas memórias. Por isso, não é sempre que nos lembrarmos como foram os nossos sonhos.
Se não quiser se esquecer de um sonho, a dica é anotar aquilo que recordamos antes que desapareça da nossa memória. Mas não é sempre que temos essa sorte. Para nos lembrarmos dos sonhos, temos que ser acordados no momento exato em que estamos sonhando.
“Quando temos dias agitados, comemos muito ou estamos cansados, a chance de sonharmos é maior”, conta Leandro.
E nestas noites, podemos também sonhar com coisas ruins, os pesadelos.
Mas o sonho é passageiro. Ele não tem nenhum efeito para a nossa vida e sonhar com algo não significa que isso irá acontecer. Pense nos sonhos como se fossem filmes que estamos assistindo: depois que desligamos a TV (ou acordamos), eles vão chegar ao fim. Aliás, o sonho é muito importante para o nosso cérebro porque é neste tempo que ele organiza as ideias, os aprendizados, as memórias e lembranças.
Então, bons sonhos!
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