Conheça a história da primeira escola de samba de São Paulo

O desfile das escolas de samba na cidade de São Paulo acontece, desde 1991, no Sambódromo do Anhembi, um espaço que parece uma grande avenida. O samba, os carros alegóricos, as fantasias coloridas e as pessoas desfilando na avenida mostram o quão grandiosa é a festa hoje em dia.

Mais do que uma competição, as escolas de samba são uma tradição de 50 anos. Olhando a avenida pela arquibancada ou pela TV, temos a impressão de que o Carnaval é assim há muito tempo.

No fim do século XIX e início do século XX, as comemorações desta festa eram bem diferentes. O historiador graduado pela Universidade de São Paulo e pesquisador de Cultura Popular Brasileira Bruno Baronetti explica que havia o corso, os cordões carnavalescos e as bandas marciais, cada um com suas características.

Mas as escolas de samba só foram surgir em 1937, por incentivo de uma mulher chamada Deolinda Madre. Um ano antes, numa viagem ao Rio de Janeiro, Madrinha Eunice, como era conhecida, ficou encantada com a beleza da escola de samba Salgueiro. Naquele momento, brotava a vontade de levar aquela tradição à cidade de São Paulo também.

Assim, ela fundou a escola de samba Lavapés, no bairro do Glicério. A escola logo cresceu e passou a ser uma forma de encontrar e conversar com pessoas do mesmo bairro, com vizinhos, amigos e conhecidos.

A música era feita por chocalho, cuíca, pandeiro e outros instrumentos de percussão. O batuque da escola tinha influências religiosas do candomblé e de outras religiões também.

Até o ano em que o Carnaval se tornou uma festa oficial da cidade de São Paulo, em 1968, a escola Lavapés era uma das principais dos desfiles, concorrendo com outras como Unidos do Peruche e Nenê de Vila Matilde.

E apesar de ser a primeira escola de samba, a Lavapés é, hoje, uma das menores da capital. Apesar disso, continua existindo, perpetuando a tradição e atraindo um grupo de foliões para desfilar.